Era com certeza mais um dia de aventura. Só podia. Quando os tios a convidavam para mais um dia inesquecível, algo de diferente estava para acontecer.
Inês subiu entusiasmada para o barco de recreio a motor que o tio alugara. Branquinho, parecia um iate em ponto pequeno, com uma cabina minúscula, mas suficientemente confortável para se sentarem a apreciar aágua azul esverdeada que tanto gostava. Assim aconteceu. Com o tio Leandro ao volante e a tia Sônia mais atrás sentada junto de si, lá foram galgando a ligeira ondulação, deixando para trás o estreito ancoradouro daquela baía maravilhosa, ainda mais bonita vista do mar. Por muito que insistisse com a tia Sônia para esta lhe dizer onde iam, apenas conseguia obter um sorriso de contentamento. Um sorriso causado pela alegria de saber a felicidade que iriam proporcionar à sobrinha que tanto adoravam. Passados uns bons vinte minutos, Leandro desligou o motor e deixou o barco parar. O mar continuava calmo e Inês apenas conseguia ver água a toda a volta. Para trás, apenas uma estreita linha no horizonte fazia lembrar que ali havia terra. Intrigada, perguntou:
“Afinal o que se passa?”
Ao que o tio respondeu com certo ar enigmático:
“Agora temos que esperar um bocadinho pelo nevoeiro…
”Nevoeiro? Pareceu-lhe ter percebido nevoeiro. Que tolice! Com céu limpo e um sol quente…
“Desculpa tio, não percebi…”, explicou.
“Eu disse nevoeiro. Está quase na hora. Mas fica descansada que não há problema.”
E a Inês ficou baralhada. Continuava sem perceber nada. Olhou para a tia em busca de algum esclarecimento, mas só obteve uma piscadela de olho. Encolheu os ombros e deixou-se ficar. Daí a pouco, não muito longe do local onde se encontravam e um pouco sobre o lado direito, começou a levantar-se uma ligeira névoa. Primeiro bem juntinho à água, depois um pouco mais para cima, até que finalmente ficou um nevoeiro cerrado da altura de uma casa de primeiro andar, e que mais parecia uma grande nuvem a flutuar sobre o mar.
“Está na hora”, avisou o tio Leandro pondo o motor a trabalhar. Inês olhou para o relógio que marcava exatamente 11 horas. Inês Filipa, não podes estar a acreditar no que vês, pensou para si, querendo contrariar o que acabava de observar.
LEIA MAIS