[Valid Atom 1.0] Rabiscos de Debora: 2012

18 de dezembro de 2012

Cachinhos de Ouro


      Nossa história começa na Floresta Encantada. Numa linda casinha, no meio da floresta, mora uma família muito, muito feliz... É  a família Urso: o simpático Papai Urso, a doce Mamãe Ursa e o alegre Júnior, o ursinho. Todas as manhãs, a família senta-se á mesa para saborear o delicioso mingau preparado pela Mamãe Ursa. Neste dia, não foi diferente. A não ser pelo fato de Mamãe Ursa ter servido o mingau muito quente. Estava pelando!
      - Caramba, acho que errei no ponto! - Exclamou Mamãe.
      Dando um salto,Papai Urso gritou para o filho:
      - Rápido, Júnior vamos correr para o lago!
      E os dois saíram em desabalada carreira, com Mamãe Ursa atrás. Chegando no lago, pai e filho enfiaram suas cabeças dentro da água e lá ficaram por um bom tempo, bebendo toda água que conseguiam.
     - Espero que eles não estourem de tanto beber. - Pensou Mamãe Ursa, preocupada.
     Enquanto isso acontecia, uma menina perdida na floresta foi parar na casinha dos ursos. O nome dela era Cachinhos de Ouro. Cansada e faminta, resolveu pedir ajuda. Cachinhos bateu na porta. Como ninguém atendeu, ela resolveu entrar. Sobre a mesa, viu as tigelas de mingau.
     - Estou com tanta fome... Acho que os donos da casa não vão ligar se eu comer um pouquinho. - Pensou a garota.
     Assim, Cachinhos começou a comer o mingau de Papai Urso.
     - Caramba, está quente demais! - Disse Cachinhos, sentindo a língua queimar.
     Em seguida, Cachinhos de Ouro experimentou o mingau que estava na tigela de Mamãe Ursa:
     - Argh! Este aqui está frio demais!
    Sem desistir, Cachinhos passou para a outra tigela, a de Júnior, e teve uma boa surpresa:
    - Uhm, isto aqui está muito gostoso!
   Quando acabou de comer, Cachinhos resolveu procurar um lugar para dormir e acabou encontrando o quarto dos ursos.
   - Ah, que soninho... Preciso me esticar!
   Primeiro, ela pulou sobre a cama de Papai Urso:
  - Ui, esta cama é dura demais!
  Depois, foi a vez da cama de Mamãe Ursa:
  - Nossa, esta cama é tão macia que nem consigo ficar em cima dela sem afundar!
  Ao chegar na cama de Júnior, Cachinhos encontrou o que queria:
  - Ah, esta cama sim, é muito boa!



12 de dezembro de 2012

A princesa e o sapo

            Era uma vez uma bela princesa, que vivia num reino muito distante. Um dia, a princesa deixou sua bola cair no lago. Ao ver a bola se afastando, começou a chorar.
            - Não chore, princesa. Vou pegar a bola para você!
            - Faria isso por mim?
            - Claro! Mas em troca quero um beijo! - pediu o sapo.
           A princesa concordou em dar o beijo, mas assim que o sapo entregou a bola, ela correu para o castelo.
           - Princesa! Você prometeu! - gritou o sapo.
          Revoltado com a falta de palavra da princesa, o sapo saiu pulando atrás dela. Entrou no castelo e não saiu do pé da menina um minuto sequer. O sapo não deixava a princesa em paz. Até na hora das refeições, lá estava ele todo pomposo ao lado dela, na mesa. A princesa cansou daquilo e foi perdendo o apetite. O rei, vendo a filha cada dia mais magra, ordenou que levassem aquele sapo asqueroso de volta ao lago.
         - Espere aí, majestade! Sua filha prometeu me dar um beijo e até agora não cumpriu a palavra! - esperneou o sapo.
            - E por que fez tão estranha promessa, minha filha?
            - Foi o que o sapo exigiu por ter recuperado minha bola que caiu no lago, papai!
         O rei falou que uma promessa real deveria ser cumprida sempre. Arrependida, a princesa beijou o sapo. Diante dos olhos de todos, o sapo se transformou num príncipe... O príncipe contou que tinha sido transformado em sapo por uma bruxa e somente o beijo de uma donzela acabaria com o feitiço. A princesa se apaixonou pelo príncipe e aceitou o seu pedido de casamento. E essa festa de casamento durou quase uma semana. Querem saber mais? Os dois foram felizes para sempre!


11 de dezembro de 2012

Os saltimbancos

            Era uma vez um cão que caçava coelhos muito bem. Seu dono exigia sempre mais. Quando o cão envelheceu, seu dono o abandonou na floresta. No caminho, o cão encontrou um burro que havia fugido de casa porque apanhava muito de seu dono. Começaram a falar de música. O cão tocava tambor e o burro, flauta. Resolveram ir pra cidade de Bremen, onde havia uma orquestra musical. Adiante, encontraram um gato chorando. Sua dona o abandonou. Ele não servia mais para caçar ratos. O cão e o burro o convidaram a ir com eles para Bremen. Muito feliz, o gato juntou-se ao grupo. Ele sabia tocar trombeta. De repente, encontraram um galo. Ele contou que queriam cozinhá-lo para o jantar. Como tinha uma voz boa, todos concordaram que ele poderia ser o vocalista do grupo.
            Ao cair da noite, aproximaram-se de uma casinha que tinham visto ao longe, no meio da floresta. Chegando mais perto, ouviram umas vozes vindas de dentro da casa. Puxa! Quatro ladrões estão nessa casa. Então, os animais armaram um plano para expulsar os ladrões da casa. O cão subiu no burro, o gato ficou nas costas do cachorro e o galo em cima do gato. Eles pareciam uma figura monstruosa que dava medo. Foram em direção a casa, gritando todos ao mesmo tempo. Os ladrões saíram correndo. Assim os bichos tomaram posse da casa e na manhã seguinte fizeram um bom café e resolveram passar o dia ali. E o outro também. Então decidiram tornar a orquestra ali mesmo, perto de Bremen. Viveram muito felizes assim.


10 de dezembro de 2012

O lobo e os sete cabritinhos.

         Mamãe cabra ia fazer compras era a primeira vez que os cabritinhos ficavam sozinhos. Antes de sair ela avisou:
         - Cuidado com o lobo! Não abram a porta para ninguém. Quando eu voltar mostrarei minha pata branca pelo buraco da porta...
         - Como vamos saber que é o lobo? - Perguntou o caçulinha.
         - É fácil! O lobo tem a voz rouca e as patas marrons - Respondeu a mãe, afastando-se.
        Enquanto os cabritinhos brincavam, alguém bateu na porta.
       - Quem é? - Perguntaram.
       - É a mamãe! Abram, por favor! - Respondeu uma voz medonha.
       - Você não nos engana... É o lobo mau! - Gritaram eles.
      Os cabritinhos continuaram sua brincadeira e o lobo afasto-se dali, furioso:
      - Nunca consegui enganar estes cabritinhos. Espere... Tenho uma ideia! 
     O lobo foi até o galinheiro do vizinho roubar ovos. Comeu algumas claras para suavizar a voz e voltou à casa dos cabritinhos. O malvado lobo bateu á porta e disse, com uma voz muito doce:
     - Abram, por favor! É a mamãe...
    Os cabritinhos, que conheciam bem as manhas do lobo, pediram que ele mostrasse a pata pelo buraco da porta. Que susto levaram os cabritinhos ao ver a grande pata do lobo mau!
   - O lobo ficou maluco! - Pensaram os esquilos, vendo o feroz animal cobrir as patas de farinha.
   O lobo bateu à porta novamente.
   - Quem é? - Perguntaram os cabritinhos.
   - É a mamãe, crianças. Se quiserem posso mostrar minha pata por debaixo da porta...

  

21 de julho de 2012

Menina Bonita do Laço de Fita


Era uma vez uma menina linda, linda.                        
Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.
A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.
Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas. Ela ficava parecendo uma princesa das terras da áfrica, ou uma fada do Reino do Luar.
E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.
E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela. Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada preto.
- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e... Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:
- Artes de uma avó preta que ela tinha...
Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos.
E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha. Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:
- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
E ela respondia:
- Conselhos da mãe da minha madrinha...
                                              {Ana Maria Machado}



18 de abril de 2012

Fábula: O Astrônomo.

          Um astrônomo gostava de fazer passeios noturnos para olhar as estrelas.Certa vez ia tao distraído que caiu num poço.Enquanto tentava  sair, seus gritos de socorro atraíam a atenção de um homem que passava. Ao ser informado de que havia acontecido, o homem riu e disse:
         -Meu bom amigo, tanto o senhor se esforçou para olhar o céu, que não se lembrou de olhar o que tem debaixo dos pés!

Moral: É fácil deixar de ver o óbvio.


                                                       

7 de março de 2012

Fábula de Esopo.O gato, o galo e o ratinho.



      Um ratinho vivia num buraco com sua mãe. Depois de sair sozinho pela primeira vez, contou a ela:
    -Mãe, você não imagina os bichos estranhos que encontrei! Um era bonito e delicado, tinha um pelo muito macio e um rabo elegante, um rabo que se movia formando ondas. O outro era um monstro horrível. No alto da cabeça e de baixo do queixo ele tinha pedaços de carne crua, que balançavam quando ele andava. Der repente, os lados do corpo dele se sacudiram e ele deu um grito apavorante. Fiquei com tanto medo que fugi correndo, bem na hora que ia conversar um pouco com o simpático.
    -Ah, meu filho!-respondeu a mãe.-Esse seu monstro era uma ave inofensiva; o outro era um gato feroz, que, num segundo, teria te devorado.
Moral: Jamais confie nas aparências.

24 de fevereiro de 2012

Fábula de Esopo.A mula,o velho e o menino.

     Um velho e um menino foram vender uma mula na cidade. Lá os dois a pé pela estrada, puxando a mula pelo cabresto, quando por um deles passou uma velha que achou aquilo um absurdo:
-Essa é boa, um velho dessa idade andando a pé e a mula folgadona sem peso algum.
      Vendo que a velha tinha razão, o velho subiu no lombo do animal e continuou a viagem. Mais adiante passou um jovem e comentou revoltado:
-Que absurdo, um velho forte como este montado na mula e um menino tao pequeno andando a pé.
       O jovem tinha razão. Eles trocaram de lugar. O velho foi a pé e o menino na mula. Não tardou e duas mulheres comentaram:
-Esta mula é muito forte, bem que poderia levar o velho e o menino.
        O velho resolveu seguir o conselho das mulheres e subiu na mula junto com o menino. Um padre fez o sinal da cruz:
-Estes dois estão querendo matar o pobre animal. Eles é que deveriam carrega-lá.
         E assim entraram na cidade:o velho e o menino com  a mula nas costas. Por onde passavam, tudo mundo ria.
         Moral: Quem quer agradar a todo mundo acaba não agradando ninguém.

16 de fevereiro de 2012

O Poeta e a Sereia

                                                        Sereiazinha do rio Ibira...
          Feiosa,
          Até sardas tem.
          Cantar não sabe:
          Olha e me quer bem.
           Seus ombros tem frio.
           Embalo-a nos joelhos,
           Ensino-lhe catecismo
           E conto histórias que inventei especialmente para o seu espanto.

           Um dia ela voltou para o seu elemento!

                                                         Sereiazinha,
                                                         Eu é que sinto frio agora...
                                                      
                                                             {Mario Quintana}

                                                         

1 de fevereiro de 2012

Uma Aventura no Mar

Era com certeza mais um dia de aventura. Só podia. Quando os tios a convidavam para mais um dia inesquecível, algo de diferente estava para acontecer.
Inês subiu entusiasmada para o barco de recreio a motor que o tio alugara. Branquinho, parecia um iate em ponto pequeno, com uma cabina minúscula, mas suficientemente confortável para se sentarem a apreciar aágua azul esverdeada que tanto gostava. Assim aconteceu. Com o tio Leandro ao volante e a tia Sônia mais atrás sentada junto de si, lá foram galgando a ligeira ondulação, deixando para trás o estreito ancoradouro daquela baía maravilhosa, ainda mais bonita vista do mar. Por muito que insistisse com a tia Sônia para esta lhe dizer onde iam, apenas conseguia obter um sorriso de contentamento. Um sorriso causado pela alegria de saber a felicidade que iriam proporcionar à sobrinha que tanto adoravam. Passados uns bons vinte minutos, Leandro desligou o motor e deixou o barco parar. O mar continuava calmo e Inês apenas conseguia ver água a toda a volta. Para trás, apenas uma estreita linha no horizonte fazia lembrar que ali havia terra. Intrigada, perguntou:
“Afinal o que se passa?”
Ao que o tio respondeu com certo ar enigmático:
“Agora temos que esperar um bocadinho pelo nevoeiro…
”Nevoeiro? Pareceu-lhe ter percebido nevoeiro. Que tolice! Com céu limpo e um sol quente…
“Desculpa tio, não percebi…”, explicou.
“Eu disse nevoeiro. Está quase na hora. Mas fica descansada que não há problema.”
E a Inês ficou baralhada. Continuava sem perceber nada. Olhou para a tia em busca de algum esclarecimento, mas só obteve uma piscadela de olho. Encolheu os ombros e deixou-se ficar. Daí a pouco, não muito longe do local onde se encontravam e um pouco sobre o lado direito, começou a levantar-se uma ligeira névoa. Primeiro bem juntinho à água, depois um pouco mais para cima, até que finalmente ficou um nevoeiro cerrado da altura de uma casa de primeiro andar, e que mais parecia uma grande nuvem a flutuar sobre o mar.
“Está na hora”, avisou o tio Leandro pondo o motor a trabalhar. Inês olhou para o relógio que marcava exatamente 11 horas. Inês Filipa, não podes estar a acreditar no que vês, pensou para si, querendo contrariar o que acabava de observar.

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31 de janeiro de 2012

A Raposa e o Lenhador.

   
A raposa fugia pela floresta em desabalada carreira, tendo em seu encalço alguns caçadores com uma numerosa matilha de cães. Chegando a uma clareira, ela pediu abrigo ao lenhador que lá se encontrava, e este, concordando com o pedido de socorro, aconselhou a fugitiva a entrar e se esconder em sua cabana. Quando os caçadores chegaram com os cachorros e lhe perguntaram se por acaso havia visto a raposa, o homem respondeu que não, mas disfarçadamente a sua mão direita mostrava onde ela havia se abrigado.

Porém, os caçadores não entenderam os seus sinais e foram embora, e a raposa, ao verificar que eles já se encontravam a uma distância segura, saiu da casa e se dirigiu apressada para o lado oposto, sem dizer uma única palavra. Por isso o lenhador a repreendeu:

- Apesar de eu tê-la salvo dos cães, você vai embora sem agradecer o bem que eu lhe fiz?

E a raposa respondeu:

- Eu deveria fazer isso, realmente, caso sua boca e suas mãos tivessem dito a mesma coisa aos caçadores que me perseguiam.

Moral da Historia: Não negues com os teus atos aquilo que pregas com as tuas palavras.


( Fábula de La Fontaine )

                                                   

Lembranças da infância


Há dois momentos mágicos na vida em que podemos ser profundamente tocados e que nos fazem acordar para as coisas que verdadeiramente importam.

Um desses grandes momentos acontece quando temos a oportunidade de ajudar alguém. Somos muitas vezes surpreendidos com o bem estar, quase que inexplicável, que vem ao nosso encontro quando resolvemos socorrer outra pessoa. Tudo fica mais bonito e nos sentimos leves, de bem com nós mesmos e com a nossa posição no mundo.

O outro grande momento, nós o vivemos quando temos a oportunidade de estar do outro lado dessa experiência. Quando alguém estende seus braços, de onde menos esperamos, para nos ajudar. É um momento difícil porque estamos vulneráveis, mas, descobrir que não estamos só é um agradável sentimento que nos conforta a dor. É como um milagre que vem, especialmente, bater à nossa porta.

Nessas ocasiões, é comum dizer ou escutar, que não há palavras para agradecer, mas nem é preciso, pois quem dá e recebe ajuda vive uma emoção que tem valor em si mesma.

A solidariedade aproxima os homens e dá sentido à vida.

( by Patricia kenney) 
 
 

29 de janeiro de 2012

Fábula: A Raposa e a Cegonha


A Raposa convidou a Cegonha para jantar e lhe serviu sopa em um prato raso.

-Você não está gostando de minha sopa? - Perguntou, enquanto a cegonha bicava o líquido sem sucesso.

- Como posso gostar? - A Cegonha respondeu. vendo a Raposa lamber a sopa que lhe pareceu deliciosa.

Dias depois foi a vez da cegonha convidar a Raposa para comer na beira da Lagoa, serviu então a sopa num jarro largo embaixo e estreito em cima.

- Hummmm, deliciosa! - Exclamou a Cegonha, enfiando o comprido bico pelo gargalo - Você não acha?

A Raposa não achava nada nem podia achar, pois seu focinho não passava pelo gargalo estreito do jarro. Tentou mais uma ou duas vezes e se despediu de mau humor, achando que por algum motivo aquilo não era nada engraçado.

MORAL: às vezes recebemos na mesma moeda por tudo aquilo que fazemos. 

Autor: Jean de La Fontaine



23 de janeiro de 2012

Minha Família!

                                                                   
                                                                      Minha família...
                                                                      É muito unida,
                                                                      É muito alegre,
                                                                      É muito bonita,
                                                                      É muito arrumada!

                                                                      Tem irmãos,
                                                                      Tem primos, primas,
                                                                      Tem tios e tias
                                                                      Tem pais e mães!

                                                                     Débora C. Nogueira



22 de janeiro de 2012

Cecília Meireles: " A arte de ser feliz"


Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz. 

Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém minha alma ficava completamente feliz.

Houve um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega; era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas d’água que caiam de seus dedos magros, e meu coração ficava completamente feliz.

Houve um tempo em que a minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não a podia ouvir, da altura da janela e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, e às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
_________________________________________
Cecília Meireles, Quadrante I, Ed. do Autor, 5a ed. Rio de Janeiro, 1968, p. 10


17 de janeiro de 2012

Solidariedade.Poema de Cora Coralina.

                                                              Se temos de esperar,
                       que seja para colher a semente boa
                       que lançamos hoje no solo da vida.
                       Se for para semear,
                       então que seja para produzir
                       milhões de sorrisos,    
                       de Solidariedade e amizade.    
  
                              

14 de janeiro de 2012

Viver é...




“Viver é muito mais do que existir!
Viver é sentir cada momento,
Saborear cada acontecimento.
Viver é sentir Deus presente em nossas vidas,
Caminhar pela praia,
Sentir as ondas do mar,
Brincar com uma criança.
Viver é cantar, mesmo desafinado,
É ser feliz com o que possui,
Acreditar no futuro,
E começar a construí-lo desde já.
Viver é aprender a mudar,
É ser a formiga e a cigarra...
Ao mesmo tempo!“
Viva e seja feliz!

(Autor Desconhecido)


5 de janeiro de 2012

A Bailarina.Poema de Cecília Meireles.


                      

                                         
Esta menina
Tão pequenina
quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá.
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
—-
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.